LANÇAMENTO DO PROJETO CULTURAL 2014
"CRIADORES DE COMEÇOS"
SEMED/MACAÉ- 11 DE AGOSTO, COM A PARTICIPAÇÃO DA ESCRITORA E CONTADORA DE HISTÓRIAS KIARA TERRA.
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
01/05/2014 | ||||||||
INSCRIÇÕES PRORROGADAS!
Professor(a), ainda dá tempo de participar! O prazo para inscrições na 4ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa foi prorrogado para o dia 15 de maio! Os professores devem fazer sua inscrição exclusivamente pela internet no sitewww.escrevendoofuturo.org.br. Nesta Olimpíada todos ganham! Todos os inscritos passarão ou continuarão a receber, no endereço da escola, a revista “Na Ponta do Lápis” e poderão fazer parte do Portal Escrevendo o Futuro, tendo acesso a material didático exclusivo – cadernos virtuais, livros de orientação, coletâneas de textos, áudios – desenvolvidos especialmente no âmbito do Programa. Quem pode participar? Professores da rede pública e seus alunos, nos gêneros:
Contamos com sua participação! Está com dificuldade para fazer sua inscrição? Ligue para nossa Central de Atendimento: 0800 771 9310 Inscrições de professores e adesões de secretarias de educação: www.escrevendoofuturo.org.br | ||||||||
segunda-feira, 4 de agosto de 2014
A IMORTALIDADE DAS PALAVRAS
Imortal. Palavra que descreve bem o sentimento que fica em nossos corações pelo falecimento de nossos grandes autores neste mês de julho. Triste mês para a Literatura brasileira. Fica para nós o legado de Ivan Junqueira, João Ubaldo Ribeiro, Rubem Alves e Ariano Suassuna.
Neste mês de julho, a palavra imortal esgotou o sentido de “inesquecível”. Quatro gênios da genuína arte escrita brasileira a tomaram por empréstimo em vida, e se tornaram paradoxos na morte. A imortalidade subsiste nas palavras. Perpétuas elas serão, em si mesmas e além, através do conhecimento que transmitiram. E não o contrário. Podemos nos sentir orgulhosos daquilo que ainda podemos beber da inesgotável fonte que esses mestres da literatura nos deixaram, a eles dedicamos este post de nosso blog.Ivan Junqueira - Jornalista, poeta, tradutor, ensaísta e crítico literário. Ocupante da cadeira 37 da Academia Brasileira de Letras. Recebeu diversos prêmios literários, entre eles o Jabuti, em 1995. Falecido em 3 de julho de 2014. Conhecido também como “o poeta do pensamento”.
João Ubaldo Ribeiro - Jornalista, escritor, roteirista, professor. Ocupante da cadeira 34 da Academia Brasileira de Letras. Recebeu diversos prêmios literários, entre eles o Camões, em 2008. Falecido em 18 de julho de 2014. Conhecido como “o contador de histórias”.
Rubem Alves – Escritor, educador, teólogo e psicanalista. Autor de diversas obras, entre crônicas, ensaios, contos e livros sobre educação, religião e de literatura infantil. Falecido em 19 de julho de 2014. Conhecido também como “o professor de espantos”.
Ariano Suassuna - Romancista, dramaturgo, ensaísta, poeta, professor e defensor da cultura do nordeste. Ocupante da cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras. Membro da Academia Pernambucana de Letras e também da Academia Paraibana de Letras. Falecido em 23 de julho de 2014. Também conhecido como “o cavaleiro do sertão”.
O que há em comum entre o poeta do pensamento, o contador de histórias, o professor de espantos e o cavaleiro do sertão? Além de escritores brasileiros, falecidos em julho de 2014 e, à exceção de Rubem Alves, membros da Academia Brasileira de Letras, todos são legítimos protagonistas da literatura brasileira. “São”, não “foram”. Os protagonistas se tornam conhecidos pelos seus feitos e lembrados pelo que são. Porque não há tempo que interfira na sua condição de imortais para os seus leitores.
Para encerrar esse texto, convido vocês a conhecerem um poema inédito de Ivan Junqueira.
Em vida, a imortalidade. Enfim, a liberdade.
Descansem em paz, mestres.
A imortalidade
O que é a imortalidade?
Um sopro que nos carrega
para os confins da orfandade,
Um sopro que nos carrega
para os confins da orfandade,
onde o espírito se nega
e de si já não recorda
após a última entrega?
e de si já não recorda
após a última entrega?
Que luz é a que nos acorda
quando a morte, em dada hora,
bate à porta e chega à borda
quando a morte, em dada hora,
bate à porta e chega à borda
do ser que se vai embora,
mas crê que não vai de todo,
pois do invólucro que fora
mas crê que não vai de todo,
pois do invólucro que fora
algo fica em meio ao lodo
que lhe veste o corpo morto
com a púrpura do engodo?
que lhe veste o corpo morto
com a púrpura do engodo?
E o que cabe ao que foi torto
e nunca exigiu conserto?
Irá chegar a algum porto?
e nunca exigiu conserto?
Irá chegar a algum porto?
Será que na alma um aperto
não lhe purgou a maldade
quando do fim se viu perto?
não lhe purgou a maldade
quando do fim se viu perto?
O que é a imortalidade?
Uma insígnia, uma medalha
com que se louva a vaidade?
Uma insígnia, uma medalha
com que se louva a vaidade?
Ou não será a mortalha
que te poupa só a cara
escanhoada a navalha?
que te poupa só a cara
escanhoada a navalha?
Será talvez a mais rara
das obras que publicaste
ou da crítica a mais cara?
das obras que publicaste
ou da crítica a mais cara?
Será isto, já pensaste,
a herança em que se resume
o que aos amigos deixaste?
a herança em que se resume
o que aos amigos deixaste?
Esquece. Sente o perfume
de algo que se fez distante:
a mão de uma criança, o gume
de algo que se fez distante:
a mão de uma criança, o gume
de seu olhar penetrante
quando viu, no ermo do cais,
que o tempo que segue adiante
quando viu, no ermo do cais,
que o tempo que segue adiante
é o mesmo que volta atrás
e confunde a realidade,
e a desmantela, e a refaz.
e confunde a realidade,
e a desmantela, e a refaz.
É isto a imortalidade:
esse eterno e estranho rio
que corre em ti e te invade.
esse eterno e estranho rio
que corre em ti e te invade.
E o mais é só o pavio
de um lívido círio que arde
no insuportável vazio
que enche toda a tua tarde.
de um lívido círio que arde
no insuportável vazio
que enche toda a tua tarde.
Assinar:
Postagens (Atom)