segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Lendas... Nossas histórias...

Em comemoração ao Bicentenário de Macaé, relembramos das lendas e histórias de nossa cidade.


Lenda de Santana

Macaé é uma cidade erguida entre o mar e as Serras. E entre o mar e a serra existe um pequeno morro chamado Morro de Santana, de onde podemos avistar o mar, com suas belas ilhas e a serra com suas belas montanhas.
Conta a lenda que ali  naquele no morro, os Padres Jesuítas, construíram um pequeno santuário para abrigar a imagem de Santana e prometeram que em breve construiriam uma igreja para ela.
Mas o tempo passava e nada da igreja ficar pronta!
Em uma das ilhas, chamada Ilha do Francês, que por sinal era a maior, morava um pescador francês que era apaixonado na ilha e sonhava fazer lá uma colônia de pescadores com os colegas. Mas para isso precisava de força superior para protegê-los. Todos eram devotos de Nossa Senhora de Santana que dava nome ao morro onde ficava o pequeno santuário.
Então eles tiveram uma ideia de construírem na ilha a igreja que os Padres Jesuítas haviam planejado de construir no morro. Mas para isso seria necessário que a Santa se manifestasse favoravelmente e os padres se convencessem de que ela preferia a ilha.
Um belo dia, os padres ao visitarem o Santuário, não encontraram a imagem de Nossa Senhora de Santana. No altar, apenas a toalha bordada a ouro o forrava.
Naquele tempo ninguém imaginava haver a menor possibilidade da santa ter sido roubada. Pois as pessoas não aceitavam a profanação, não acreditava que tal ato poderia ser praticado contra a santidade. O que teria acontecido então?
Dias se passaram sem ninguém dar por sabido o paradeiro da santa, até que um pescador ao chegar da ilha anunciou o feliz achado. A santa estava na ilha do Francês. Então os Jesuítas pediram aos pescadores que fossem buscá-la.

Lá vão os pescadores
de volta para o mar
em busca de Santana 
que não queria voltar!

Os pescadores retornaram e entregaram a imagem aos Jesuítas que a colocaram no lugar.
Passado algum tempo, quando ninguém mais se lembrava do acontecido a santa desapareceu outra vez. Os Jesuítas, desta vez, tranquilos, foram ao porto pedir aos pescadores que fossem buscar a santa na ilha.

Lá vão os pescadores
de volta para o mar
em busca de Santana 
que não queria voltar!

Os pescadores novamente entregaram a imagem aos Jesuítas. Mas estava claro que a santa ia para lá com seus próprios pés.
E pela terceira vez ela fugiu para a ilha.

Lá vão os pescadores
de volta para o mar
em busca de Santana 
que não queria voltar!

E assim os pescadores tentaram convencer os jesuítas a construírem a igreja lá no local de seu aparecimento.
mas os Jesuítas não foram convencidos e resolveram fazer um acordo tripartite, isto é, um acordo entre padres, pescadores e a santa: a Ilha do Francês ganharia o nome da santa, que até hoje se chama Ilha de Santana: a ilha ao lado que não tinha nome se chamaria Ilha do Francês e a igreja seria construída no morro, conforme o desejo dos padres.
E assim foi feito. Os Jesuítas estavam convencidos na paixão da Santa pela ilha, e por via das dúvidas, apesar do acordo, construíram a igreja de costas para a ilha, para que quando a porta estivesse aberta, a ilha não fosse vista e a santa fugisse novamente para matar a saudade.
Os Jesuítas ficaram satisfeitos, os pescadores aceitaram de bom grado o acordo. Mas a Santa, essa ninguém sabe. Porque nem havia completado um século de acordo, ela desapareceu da igreja pela quarta vez.
O zelador da igreja acredita que ela foi roubada. Mas em vista do passado eu acredito que a santa fugiu.

Lá vão os pescadores
de volta para o mar
em busca de Santana 
que não queria voltar!


(Lenda macaense adaptada por Maria Georgina de Souza)





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