terça-feira, 7 de maio de 2013

A importância das histórias para a aprendizagem


Nós sabemos que no final da novela o mocinho se sairá bem e ficará com a mocinha e viverão felizes para sempre. Sabemos que os filmes, mesmo os de terror, têm finais felizes, alguns deles já não nos surpreendem, ainda assim, insistimos em assisti-los, acompanhando-os até o último momento. Por quê?
Porque somos feitos de sonhos. Quem sonha engrandece a alma. O sonho acorda as vontades e as vontades acordam a inteligência. Os tristes tornam-se alegres ao despertar de um sonho, pois revigoram as esperanças. Os fracos acordam revigorados porque o sonho apontou outros caminhos.
Os sonhos, as fantasias, a imaginação, a linguagem poética são importantes para todo ser humano em todas as fases da vida. O bebê sonha com os braços da mamãe. A criança sonha com suas histórias, construídas no e pelo brincar, o adulto sonha com suas memórias. Adélia Prado, poeta, afirma: "o que a memória ama fica eterno".
As crianças brincam com os sonhos, as fantasias e as alegorias da infância com os quais constroem o aparato que enriquece seu pensar. As crianças como os adultos sabem o fim das histórias. Sabem que os monstros, os heróis, as fadas e inclusive o papai Noel são criações, símbolos de nossa cultura que não tem valor maior senão investir na saúde do espírito.
As histórias têm o poder de nos levar adiante, de olhar com olhos mais abertos. E o mais importante: as histórias salvam vidas. Sherazade, grande contadora de histórias, contou e encantou por 1.001 noites salvando sua vida e a do sultão que aprendeu a amar de novo. Outro exemplo de contador de histórias é o próprio Jesus Cristo com suas parábolas. Ele, ao contar histórias, salvou a vida de muitos. E agora, levada para a sala de aula, qual professor não sentiu que salvou sua aula, seu conteúdo, a relação ensino e aprendizagem com uma pitada, uma contribuição amorosa vinda das histórias?
Paulo Freire diz que para ensinar é preciso que o professor seja apaixonado. Por isso as histórias são tão importantes. Nos apaixonamos por elas e contamos aquelas que nos provocam movimento no pensar e no sentir.
Ensinamos por histórias porque somos feitos de histórias, as que vivemos, as que nos contam e aquelas que contamos. "O que seria de nós se não fosse as histórias? O que seria de nós sem o socorro da fantasia?", pergunta-nos o escritor e poeta da educação, Rubem Alves. A resposta é simples: seríamos no mínimo pessoas com dificuldade de aprendizagem nas áreas afetivas e cognitivas. Porque quem conta um conto, aumenta as possibilidades de aprendizagem!

DEYSE CAMPOS (Assessora de Educação Infantil da Editora Positivo)

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