segunda-feira, 23 de junho de 2014

Histórias em todos os lugares


A contribuição da contação de histórias para a relação da criança com a leitura



Já não é de hoje que os contadores de histórias vêm ocupando cada vez mais os espaços na sociedade leitora contemporânea modificando, muitas vezes, o ambiente formal das bibliotecas, teatros, livrarias, museus, escolas e salas de espetáculos.

Qualquer que seja o espaço físico, as sessões de contos são concorridas, o que demonstra o gosto de crianças e adultos por ouvir histórias. Ou seria apenas o desejo momentâneo de poder sonhar em ser algo que não somos, acreditar no impossível, desligar-se por alguns instantes da dureza da realidade da vida?



Se tudo isso é verdade, é verdade, também que a escola, como um dos espaços sociais por onde o indivíduo transita durante parte de sua vida, não pode ficar isolada desse contexto. Pode e deve ser o espaço da palavra dita. Com isso, os professores, com o poder do verbo, podem também contar histórias, fazer a ponte entre o leitor e o livro e criar um elo imaginário, possibilitando o aprendizado do conhecimento. Conhecer é apropriar-se, e só contamos o que conhecemos, o que se torna nosso e queremos compartilhar com o outro.

No passado, a arte de contar, era atribuída aos chefes de tribos, negras e negros velhos dos engenhos, avós, pais e mães, no sentido de transmitir aos demais, pela oralidade, as histórias de um povo, os conhecimentos, e toda a cultura apreendida por eles que sobreviveram por um longo tempo. Hoje essa realidade modificou-se.



Sabemos também que a atividade de contação de histórias é de natureza cultural, artística e lúdica sim, mas é também pedagógica e pode estar ao alcance do professor na sala de aula, como instrumento de trabalho. E não só do professor de Língua Portuguesa ou de Literatura, mas de todos que desejam encontrar um novo caminho para o aprendizado do aluno e, consequentemente, a formação do aluno leitor. Constatamos, também, por vários estudos, que o professor, o qual utiliza de tal recurso em sala de aula, aguça a imaginação dos leitores-ouvintes, desenvolve a capacidade cognitiva de percepção do livro como instrumento de informação e, muitas vezes, de liberdade para ele próprio.



O "contar história" contribui para aquisição da linguagem, estimula a observação, a imaginação, facilita a expressão de idéias, além de ajudar cognitivamente nas estruturas mentais e elaborações de conceitos de base psíquicas, pois fornece elementos para a imaginação. O ato de contar uma história, além de ser uma atividade lúdica, auxilia a criança a organizar o discurso com coerência, socializar, educar, informar. Trabalha a emoção, além de ajudar na construção de si mesmo. Quem conta cria no ouvinte um clima mágico que, por instantes, prende a sua atenção e faz com que ele apreenda o que o contador diz. Então porque não fazer assim com os conteúdos didáticos que temos que ensinar? Por que não podemos encontrar uma fórmula de dizer que nos faça bem e ao aluno também? Quem sabe assim não resolveremos alguns problemas graves enfrentados na escola hoje, como falta de interesse do aluno (e do professor), repetência, evasão, violência e desrespeito?



O professor contador pode ser um instigador de novas descobertas e novos conhecimentos, uma nova forma de ensinar e de aprender. deve despertar em si primeiro o desejo de conhecer o livro, a leitura, e fazer isso paralelamente com o aluno. sem receitas prontas, mas com formas reinventadas. Os contos inventam o mundo diferente, a leitura também faz isso. Faz nascer o leitor, ou apenas desperta aquele que estava adormecido.





Lúcia Fidalgo

Escritora; Bibliotecária; Professora e
Mestre em Educação; Conselheira do Conselho Regional de Biblioteconomia-RJ.
www.luciafidalgo.com

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Histórias de Macaé estão no Livro "Bú Histórias de Medo e Coragem

Escolas Municipais participantes do Projeto Bú Histórias de Medo e Coragem do Programa Endesa Brasil em 2013 com apoio do Ministério da Educação receberam no dia 13 de junho de 2014 na SEMED em Macaé o Livro com as histórias finalistas dos alunos de 4º e 5º anos  de vários municípios do Brasil e Macaé está entre os  classificados.