quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Saudando Agosto...

Vento - Cecília Meireles


Passaram os ventos de agosto, levando tudo.
As árvores humilhadas bateram, bateram com os ramos no chão.
Voaram telhados, voaram andaimes, voaram coisas imensas;
os ninhos que os homens não viram nos galhos,
e uma esperança que ninguém viu, num coração.


Passaram os ventos de agosto, terríveis, por dentro da noite.

Em todos os sonos pisou, quebrando-os, o seu tropel.
Mas, sobre a paisagem cansada da aventura excessiva -
sem forma e sem eco,
o sol encontrou as crianças procurando outra vez o vento
para soltarem papagaios de papel.








quarta-feira, 21 de agosto de 2013

1913, há 100 anos...

Deixava-nos...
Aluísio de Azevedo, ou Aluísio Tancredo Belo Gonçalves de Azevedo (14 de abril de 1857 - 21 de janeiro de 1913), foi romancista, contista, cronista, diplomata, caricaturista e jornalista maranhense. Inaugurou a estética do naturalismo no Brasil com a publicação do romance O mulato. É também autor de Casa de pensão e O cortiço, entre outros, tendo por influência escritores naturalistas europeus, como Émile Zola, captando por tal ótica a mediocridade rotineira e os preconceitos, em oposição aos românticos que o antecederam. 



(...) "Não obstante, as casinhas do cortiço, à proporção que se atamancavam,
enchiam-se logo, sem mesmo dar tempo a que as tintas secassem. Havia grande
avidez em alugá-las; aquele era o melhor ponto do bairro para a gente do trabalho.
Os empregados da pedreira preferiam todos morar lá, porque ficavam a dois passos
da obrigação.
O Miranda rebentava de raiva.
— Um cortiço! exclamava ele, possesso. Um cortiço! Maldito seja aquele
vendeiro de todos os diabos! Fazer-me um cortiço debaixo das janelas!...
Estragou-me a casa, o malvado! (...)

(Fragmento do Livro O Cortiço, de Aluísio Azevedo)




sexta-feira, 16 de agosto de 2013